segunda-feira, 28 de maio de 2012

O Processo Criativo da Pintora Manuela Frade

Título: "Onde Estão" 1993, díptico,pintura em acrílico sobre tela 
com aplicação de penas e borboletas de modo a tornar a 
terceira dimensão um fator vivencial do espaço perspético da obra.

Reflexões sobre o processo criativo

Reflexão I

Sempre presa a um processo poético e lírico dentro de um mundo literário, esboçado pelo seu desejo de vivências de mundos imaginários per-si estruturados e, vivênciados por outros artistas, maduros e com fortes e profundas vivências do mundo real e imaginário.
Subitamente, o desejo explode nas suas entranhas e leva-a a manifestar-se, no mundo das imagens, das formas, das texturas e objetos, através de reflexos múltiplos, proporcionados por variadíssimas  sugestões culturais, uma memorizadas, outras vivênciadas, no exato momento da criação.
Traça essa odisseia no papel ou na tela ou ainda em objetos ou mesmo outros suportes por ela selecionados, criando personagens e espaços com dinâmica poética de um momento. Opera utilizando diversos materiais, conforme os resultados pretendidos, dimensionando, assim, as imagens através do choque entre o infinito e o exterior que criam em si a vontade extrema de comunicar.
No seu percurso plástico tem ido muitas vezes buscar o seu imaginário a obras de diferentes escritores como: Voltaire, Herman Hesse, Ernest Hemingway, José Saramago, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Jorge Amado, Antero de Quental, Eduardo Viveiros de Castro, Charles Lutwidge Dodgson, entre outros.
Desde 1989  que se debate com uma luta interior através dos sonhos, lendas e mitos dos povos Índios do Brasil, país que desfrutou durante  três anos e pelo qual chegou a si mesma experimentando os jogos da vida e da morte, a harmonia natural e o caos absoluto duma sociedade perdida no consumo, as simbioses adquiridas pelas experiências literárias, espetáculos,rituais e mais, muito mais, pela via sentimental e por uma forte e impressionante experiência estética destes mundos e gentes.
De todos os projeto que levou até agora a cabo considera o mais marcante o das "Lendas e Mitos dos Índios do Brasil" porque o viveu e vive dentro de si mesma e é através de si mesma que o faz chegar aos outros, as imagens, suas, deles, dos seus sonhos e esperanças, o "grito" por todos os Índios e todos os seres maravilhosos e que estão perdidos ou estarão num futuro muito próximo. Por isso colocou na sua expressão plástica a questão "onde estão?"... descobriu que esta é uma triste interrogação sem qualquer resposta...Ela gostaria conseguir saber se a sua pintura consegue levantar o véu do esquecimento humano sobre a importância da vida. Poderá a sua pintura ou a sua obra plástica possibilitar uma qualquer resposta?...  

 
Reflexão II

Refletindo nos mais diversos temas e aproveitando as mais diversas influências, como também, diferentes estados de espírito. Obrigando-se a pensar, por considerar importante, em determinadas temáticas menos habituais mas essenciais para a conservação da nossa humanidade.
Propôs-se a refletir a temática "Lendas e Mitos dos Índios do Brasil" por acreditar, tal como Rainer, Mrª. Rikle nas suas cartas a um jovem porta, que "o tempo não é uma medida" e "ser artista não é contar" é sim recriar realidades ou recriar-se através de realidades únicas e irrepreensíveis e irrepetíveis. 
                                                                                                                                                                                   

Os Deuses do Olimpo desnudam-se e entregam-se ao banho matinal junto do leito do rio da eternidade. As sua águas correm e dos seus seixos nasce música repleta de misticismo e encanto.


Borboletas voam acrobaticamente para que os seus voos deixem escritos codificados no céu cristalino, e, para isso, pousam para saciarem a sua sede espiritual.
Ao fazerem-no forças naturais e sobrenaturais  criam sensações fortes dentro dos seus espíritos por se saciarem no seu delicioso leito.
Desejam os humanos, por motivo de identidade, poder mergulhar e saciar os seus desejos e anseios, tal como, as borboletas, no leito do rio que permanece eternamente infinito e cheio de vida, capaz de rejuvenescer a cada segundo  as suas forças criadoras, do bem, da harmonia, do amor eterno, do éden e do enigma do paraíso.

 
É na desarmonia e no desespero que o "Homem Civilizado" muitas vezes encontra o significado desta vida terrena. Misturam suas sensibilidades,  envolvem-se numa simbiose cósmica e dessa mistura fantástica caem abruptamente lágrimas na face de uma criança que por momentos deixou de o ser por força da dor que se apodera de sua alma por falta do sonho que comanda a vida.

 
Tudo isto confirma mais uma vez que "o tempo não é uma medida e ser artista não é contar"... sempre escrever criativamente ou criar pitóricamente ou doutro modo qualquer, desde que o espírito o exija pois, a consciência de cada um, dita o que está certo no sentido lato ou absoluto.
Afinal quem pode viver sem comunicar?
Sabemos que, até as pedras, as ínfimas moléculas e átomos, comunicam entre si!
O "Homem", é um ser social, comunicativo deste os primórdios da civilização...como poderá ele não fazê-lo?! Como poderá ele viver sem pestanejar, sem sorrir, sem falar, sem suspirar, sem poder afirmar que as flores do seu jardim são as mais belas de todas e que os Índios do Brasil são os mais belos que alguma vez se viram!
Óbvio, será admitir, que somos poetas da vida e que, só por acaso ou acidente, não comunicaremos por termos abandonado o espírito, tal como, as borboletas, se abandonam ao vento ou à mais leve brisa...
Graças ao nascer do sol o "Homem" descobriu que haviam duas fases importantes da vida, a da descoberta, do deslumbre e a da transformação. Esta última permite-lhe descobrir que cresce, aprende, anda,fala, ri,chora, exprime-se e comunica o que é essencial.  Neste processo descobre também que quando acaba a sua transformação inicia-se a sua destruição, perde a pureza, esquece o que é ser-se virgem, começa a iludir-se, a frustra-se porque passa a viver de  ilusões perturbadoras e morre o espírito sensível e criativo do "Homem". 
Não será, portanto, permitido "escrever"  ou "criar" sem que este ato não seja de total e absoluta descoberta, o vislumbre, de novos mundos e jardim, estrelas, borboletas, Índios e aromas  que ensinem como caminhar para a "infinita verdade", "o absoluto", "o universal"..."o Amor".

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 notas: * Rainer Rikle no lugar de criar tinha a palavra escrever.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Algumas das obras que podem ser vistas e adquiridas por qualquer visitante do blogue...

Caros visitantes este BLOGUE tem como intuito possibilitar o estudo da Arte Moderna e Contemporânea Portuguesa mas também possibilitar o conhecimento do percurso artístico da Professora Mestre Pintora Manuela Frade. Todos os quadros podem ser adquiridos por quem estiver interessado e o valor de cada obra pode ser negociado. Eu estou interessada em entregar as minhas obras por um valor simpático desde que a pessoa interessada goste muito da obra e aceite cedê-la sempre que necessário for para estar presente em qualquer exposição que venha a ser organizada no futuro.Que concorde, também, que caso pretenda vendê-la  a terceiros informe a Pintora sobre o nome e endereço do comprador de modo a poder ser contactado pela mesma caso seja necessário.